segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um demônio?
















"- Anjo e demônio, o homem vive a epopéia de uma cultura assombrosa. Faz poesias, musicas, monumentos, máquinas , computadores, veículos espaciais. Descobre o âmago da matéria, explode o átomo, formula teorias, códigos e religiões. Multiplica-se rapidamente. Ocupa ansiosamente toda a terra.

Um anjo então?

- Anjo e demônio , feliz e desgraçado, rico e paupérrimo, o homem ameaça hoje a estabilidade de seu planeta, põe em risco sua própria. sobrevivência. Por milênios, ele tem ignorado as condições de manutenção da vida em seu mundo. Embora lute duramente pela liberdade ainda não soube construir uma sociedade realmente livre. Edifica uma portentosa civilização, mas corre o risco de destruí-la em alguns minutos. Ou em alguns decênios, pela impiedosa devastação da natureza.

Contudo, qual é a verdadeira face do homem?

- Animal contraditório, o homem pesquisa vacinas durante anos e depois fabrica armas que matam milhões num segundo. Média entre São Francisco e Hitler, ele cria um inferno para cada milagre de sua inteligência. É capaz de amar ardentemente tanto quando odiar até o extermínio de raças e povos irmãos. No ápice de uma evolução de bilhões de anos ele age como se não dependesse mais da natureza.

Mas o homem é feliz?

No coração e na mente do homem, Deus se torna abstrato e distante, separado do mundo real, refúgio desesperado de sua desgraça.

Mas, afinal, esse é o homem?

- Esse é o homem que habita essa esfera azul que gira lentamente sob os nossos olhos. Veja: é um frágil planeta. Mas ao mesmo tempo, maravilhoso, não acha? É uma pena que todos os homens não possam ver sua terra daqui. E pensar na sinfonia grandiosa que lá existe, no mar, nas florestas, nas montanhas, nos campos, numa pequena lagoa, no vôo de um pássaro, no canto da baleia, nas cores de uma borboleta, na interdependência de milhões de seres microscópios e gigantes. Na sinfonia da ecosfera, tão complexa quão delicada. Talvez, então, os homens pudessem descobrir que têm uma Terra somente."


Ethevaldo Siqueira